No filme “Cigarro Eletrônico: como tudo deu errado”, é possível analisar dois estudantes de Stanford, os quais criaram uma empresa de cigarro eletrônico com a missão de ajudar as pessoas a pararem de fumar, porém, essa invenção vicia toda a nova geração. Fora da ficção, no Brasil atual, esse cenário é presente na realidade, na qual é perceptível à importância de combater a utilização de dispositivos eletrônicos para fumar (DEF). Infelizmente, problemas relacionados aos prejuízos do uso de cigarros eletrônicos por jovens ocorrem no país, como a escassez de fiscalização e a carência de propagação de informações sobre esse assunto para a população.
Nesse viés, é importante relatar a carência de controle sobre os cigarros eletrônicos no Brasil. Essa situação ocorre pois, nesse sentido, a filósofa Hannah Arendt já falava sobre a banalidade do mal, na qual é possível visualizar que o mal está presente no cotidiano porque aparenta ser normal, visto que ocorre uma omissão por parte do Governo para resolver as problemáticas atreladas a utilização de DEF, porque não acontece uma fiscalização sobre a importação e sobre a compra e venda desses dispositivos. Um dos exemplos são os dados publicados pelo Covitel, o qual cita que quase um quarto dos jovens brasileiros, entre 18 e 24 anos, já experimentaram cigarro eletrônico, um aumento de 20% entre 2022 e 2023. As consequências desses acontecimentos são os malefícios causados à saúde dos consumidores, a médio prazo, o uso prolongado de cigarros eletrônicos levam a doenças respiratórias, cardiovasculares e a problemas na saúde mental.
Ademais, é nítido a desinformação da população, principalmente da juventude, sobre os prejuízos do uso de cigarros eletrônicos no Brasil. De fato, isso acontece porque, como cita o filósofo Paulo Freire, “se a educação não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade mudará”, é possível observar a escassez de conhecimentos propostos para os jovens sobre os efeitos causados pelo DEF, e acabam por incentivar a parcela jovem a consumir sem ter a noção dos malefícios. A constatação desse fato pode ser analisado no documentário “A Billion Lives: The First Vaping Documentary”, o qual projeta que um bilhão de pessoas irão morrer por fumar dispositivos eletrônicos no século XXI, por causa da influência do mercado.
Portanto, faz-se necessário combater os impasses relacionados ao prejuízos do uso de cigarros eletrônicos por jovens brasileiros, como a escassez de informação e fiscalização. Para isso, urge que o Poder Executivo – na esfera federal- crie uma proposta de ampliação da verba orçamentária anual destinada á criação de campanhas de luta contra o consumo de DEP e para a propagação de investimentos na educação publica para conscientizar sobre o assunto. Isso deve ocorrer a fim de reconfigurar um país que consiga desenvolver maneiras de evitar a utilização do DEP e promover uma melhor qualidade de vida.