No filme “Faça as Contas”, é possível analisar o ativista Bill McKibben abordar sobre a polêmica das reservas de combustíveis fósseis da indústria energética, cuja liberação aumentaria a concentração de gases de efeito estufa a níveis inseguros para a vida no planeta. Fora da ficção, hoje, nota-se a utilização de combustíveis fósseis respaldados no desenvolvimento financeiro e provoca inúmeras consequências para a população, da mesma forma que é retratada por Bill. A partir desse contexto, é imprescindível compreender as problemáticas atreladas ao crescimento econômico aliado ao uso de energias renováveis, como a escassez de investimentos e a carência de conhecimento.
Nesse sentido, é inegável a escassez de investimentos relacionados à promoção de energias renováveis no Brasil. Isso acontece, porque, desde o início da Revolução Industrial, o crescimento econômico esteve atrelado ao aumento de emissões de gases do efeito estufa, porém esse comparativo não é correto, visto que, a partir da carência de políticas públicas em oferecer opções diversificadas quanto ao uso de energia limpa por meio de incentivos financeiros, o uso demasiado de energias não renováveis acarretará em uma crise energética pelo esgotamento de combustíveis fósseis. Um dos exemplos dessa circunstância é o relato do pesquisador Joel Jaeger, do World Resources Institute (WRJ), o qual diz que, desde 2005, 32 países com a população com menos de 1 milhão de pessoas reduziram as emissões enquanto tinham crescimento econômico. A consequência desses acontecimentos são os aumentos do custo de vida para a população, a deterioração do meio ambiente e os danos a economia do país, pois prejudica a geração de mais empregos e o crescimento com energias limpas.
Ademais, é nítida a carência de informações sobre o uso de energias renováveis, aliado ao crescimento econômico no Brasil. De fato, isso acontece porque o Governo não disponibiliza uma educação ambiental para conscientizar a população, visto que essa situação ocorre, pois, a partir da escassez de conhecimento, é mais fácil alienar os indivíduos, perpetuar a degradação do meio ambiente na sociedade, não proporcionar investimentos na matriz energética e tornar a utilização de combustíveis fósseis como algo natural, porém é necessário formar um senso crítico nos cidadãos a respeito da importância de proteger a natureza e informar sobre os benefícios causados pela diversificação de energias limpas. A constatação desse fato pode ser observada nos dados publicados pelo Levantamento Internacional Carbon Briff, o qual cita que o Brasil é o quarto país no ranking de emissões de gases poluentes no mundo, desde 1850.
Portanto, faz-se necessário combater os impasses relacionados ao crescimento econômico aliado ao uso de energias renováveis no Brasil, como a escassez de investimentos e a carência de conhecimentos sobre o assunto. Para isso, urge que o Poder Executivo – na esfera Federal – amplie as verbas destinadas a órgãos como o Ministério de Minas e Energia, o Ministério do Meio Ambiente e o MEC, que visem resolver a situação. Tal ação deve ser efetivada com a propagação de investimentos voltados para aumentar a criação e produção das matrizes renováveis, como solar e eólica, a partir de um Projeto Nacional, de modo a articular, em conjunto com a promoção de uma educação ambiental nas escolas, para melhorar a qualidade de vida da população e do meio ambiente. Feito isso, a situação analisada por Bill poderá ser resolvida.