A Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha de Pernambuco (Semas-PE) realizou, durante esta terça-feira (4), um seminário para lançar a plataforma ClimaPE, que reúne dados climáticos das cidades pernambucanas. A pasta aproveitou o momento com os representantes de municípios de todas as regiões do estado para capacitar em relação ao uso da ferramenta.
O evento aconteceu no auditório do RioMar Trade Center, no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, e contou com a parceria do ICLEI Brasil.
Desenvolvida pelo Governo do Estado via Semas Pernambuco, a plataforma visa compilar dados climáticos que permitam aos gestores municipais, aos gestores estaduais e aos cidadãos acompanhar informações sobre o clima de suas cidades e como elas estão sendo influenciadas e afetadas pelas mudanças climáticas do planeta, bem como os impactos que esses efeitos possam ter em cada localidade do estado.
Com esses dados, a gestão estadual espera entender o contexto no qual cada uma das cidades estão inclusas, ajudando na construção de políticas públicas em conjunto e considerando cada situação municipal.
A cerimônia foi aberta pela secretária de Meio Ambiente de Pernambuco, Ana Luiza Ferreira, que falou sobre a necessidade de uma parceria e articulação consistentes entre estado e municípios para o enfrentamento das mudanças climáticas, uma problemática cada vez mais urgente no âmbito socioambiental.
“Esse processo de co-criação é fundamental. Ainda mais agora com a gente entregando uma ferramenta para ser efetivamente respondida, com um processo de melhoramento e aprimoramento contínuos”, pontuou a secretária.
A apresentação foi conduzida pela Gerente Geral de Mudanças Climáticas da Semas-PE, Samanta Della Bella, que introduziu a definição de Mudança Climática e destacou os impactos do efeito estufa no meio ambiente, citou as principais causas do problema e ressaltou a importância da formulação e implantação de planos e políticas em consonância com todos os entes federativos para mitigar os efeitos e impactos das mudanças do clima na sociedade.
Após a breve contextualização sobre a temática, Samanta chegou ao ponto principal da reunião. Ela apresentou, rapidamente, o conceito da plataforma ClimaPE, que pode ser acessada na página inicial da Semas-PE. A equipe responsável pela construção da ferramenta separou sete eixos temáticos que vão ajudar a diagnosticar as principais dificuldades dos municípios.
Esses eixos são: Governança e Instrumentos; Educação e Comunicação; Adaptação e Gestão de Riscos aos Impactos Climáticos; Resíduos; Agricultura Resiliente e de Baixo Carbono; Conservação e Recuperação Ambiental; Energia e Transporte.
Os representantes de cada um dos municípios terão uma senha para logar na plataforma. Por lá, eles terão acesso aos formulários de cada um dos sete eixos, devendo preenchê-los com informações locais dos municípios e, após os preenchimentos, enviar as respostas ao banco de dados.
Para um diagnóstico mais preciso em todo o território pernambucano, é recomendado que todos os 184 municípios preencham os formulários de todos os eixos.
Buscando detalhar cada um dos eixos estruturadores, Samanta convidou especialistas ambientais para esmiuçar os conceitos norteadores e tirar possíveis dúvidas. Para o primeiro eixo (Governança e Instrumentos), a Advogada especialista em Direito Ambiental Bruna Albuquerque destrinchou os conceitos da temática.
Na sequência, foi a vez de Marília Arruda, Gerente Geral de Educação Ambiental da Semas-PE, abordar o eixo da Educação e Comunicação. Ela fez um apanhado geral sobre os marcos históricos da Educação Ambiental no Brasil, citando trechos da legislação brasileira que tratam desse tipo de educação no país.
O eixo da adaptação foi abordado por Keila Ferreira, especialista em carbono de baixo impacto da ICLEI. Já os de Resíduos, Agricultura Resiliente e de Baixo Carbono, Conservação e Recuperação Ambiental e Energia e Transporte foram apresentados, respectivamente, por Monaliza Andrade, da Semas, Geraldo Majella, do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Maíra Braga, também da Semas, e Luiz Gustavo Pinto, do ICLEI.
“As ações climáticas perpassam todos os setores da sociedade e níveis de governo. Se nós não engajarmos municípios, não conseguiremos realizar o que nós precisamos efetuar para superar esse momento da emergência climática”, enfatizou Samanta ao abordar a importância dessa articulação entre governo estadual e municípios.
A plataforma, destacou, será aberta ao público geral, caso alguém se interesse e queira visualizar os dados obtidos. Mas, neste primeiro momento, apenas os representantes dos municípios terão acesso às informações, já que o banco de dados está em fase de montagem e compilação.