O barro é tão importante
Pra vida é essencial
Deus fez o homem do barro
E deu-lhe o sopro vital
A João de barro um mistério
Pra VITALINO um império
Um reinado triunfal.
Pra esse reino afinal
Deus vem mantendo esse elo
A família Vitalino
Faz esse torrão mais belo
Caruaru sempre é vista
Pelo olhar do turista
Alto do Moura é Castelo.
Neste folheto singelo
Foco na genealogia
Da família Vitalino
Vejo como dinastia
Domínio de pai pra filho
Dando sequência e brilho
Na arte no dia-a-dia.
Tudo assim se inicia
Por vontade do divino
Que confere os segredos
Do barro a um menino
Que seguindo mãe e pai
Assim o destino vai
Modelando Vitalino.
Seu genitor MARCELINO
PEREIRA DOS SANTOS viu
A mãe JOSEFA MARIA
DA CONCEIÇÃO lhe ouviu
O Vitalino nasceu
Com o dom ele cresceu
Caruaru descobriu.
No mundo todo explodiu
A fama e seu reinado
Modelando as figuras
As mãos no barro molhado
Ao aprendiz deu exemplo
Alto do Moura é templo
Do artesão consagrado.
Tantos bonecos criados
Que não dá nem pra contar
Com sua esposa JOANA
Eles puderam formar
Uma família inteira
Bem à moda brasileira
Fizeram seis pra criar.
Aqui vou enumerar
Os filhos de VITALINO
AMARO e MANOEL
ANTÔNIO e SEVERINO
Duas filhas pra alegria
MARIA JOSÉ e MARIA
Por vontade do Deus trino.
Na capa tem SEVERINO
Dando continuidade
A arte do pai e mestre
Demonstrou capacidade
Quem visitou o museu
Lembra que ele atendeu
Com muita habilidade.
Aula de civilidade
Todo mundo tá lembrado
Das informações prestadas
E do barro preparado
Molhado e seus objetos
Ele falou-me dos netos
Que o barro tem sustentado.
Eu lembro dele sentado
Cochichando com o barro
Caprichando nos bonecos
Modelando o boi de carro
SEVERINO referência
De VITALINO a sequência
Na arte que me amarro.
Além de fazer o jarro
Seu Severino enfeitou
O mundo com NOEMI
A flor com quem se casou
Do casal vinte e três filhos
Todos criados nos trilhos
Com a arte que abraçou.
Enquanto artesão criou
Uma parte dessa prole
Foram 13 educados
Sua vida não foi mole
Seguiu firme a vocação
Cada filho é artesão
Disso ninguém escapole.
Caro leitor não se enrole
Dos filhos fiz a listinha
A HELENA EDNALVA
É chamada de “Nalvinha”
EDNEIDE é “Neide” aqui
EDVANE é “Vani”
ELIZABETE é “Betinha”.
Quem é novo ou novinha
É melhor eu deixar quieto
Tem CRISTINA e EMANUELA
LUIZ, VITALINO NETO
Tem ELIAS “bucho” sim
Tem CRISTIANO “Tanim”
Tem DANIEL por afeto.
É assim que interpreto
JOSÉ RODRIGUES “Dedé”
Tem MARIA DO SOCORRO
Outro já sabes quem é
EMANUEL VITALINO
Que aceitou seu destino
Na missão já botou fé.
Com as bênçãos de Javé
Que tudo aqui comanda
Vou citar alguns bisnetos
A minha lista é branda
Bisnetos de Vitalino
Os netos de Severino
WANDERSON e FERNANDA.
Tem JEFERSON nesta banda
Nas páginas do cordel
LUIS HENRIQUE e PRISCILA
ROBSON e DANIEL
Tem CLOVES JÚNIOR e JHONE
ISABELA guarda o “moni”
Que a mãe ganha com o pincel.
Continuando o painel
Tem KATIA e MARIANA
EVERTON, EDSON e BRUNO
ESTEFÂNIA e sua mana
É muito nome meu Deus
Tem STEFANY e MATHEUS
EDNAILZA é bacana.
Quem parece ter mais grana
É KAROLLAYNE e KALINE
CARLA, WAGNER e CLEYTON
Que WILLAMS opine
Dividindo tudo em parte
Sobra talento na arte
Cada qual é uma vitrine.
Deus a todos ilumine
Pela continuidade
A obra de Vitalino
Tem toda vitalidade
A família dando as mãos
Artesãs e artesãos
Em total cumplicidade.
Vencendo as dificuldades
Todos estão trabalhando
A memória do avô
Eles estão preservando
Entre netos e bisnetos
Também os tataranetos
Mais de cinquenta atuando.
EMANUELA pintando
Nas peças o colorido
Em suas mãos o pincel
Torna tudo divertido
No museu ali sentada
Na história afiada
Contando todo ocorrido.
EMANUEL tem corrido
Tem pressa pra conquistar
A sua luta é grande
E tem que continuar
Sobre seus ombros a responsa
De fazer boi e domar onça
E se fazer respeitar.
Falando aqui do seu lar
Com JUCIENE casou
Dessa união com “Juci”
A STEFANY chegou
Filhos são bênçãos de Deus
Sejam feitos os planos seus
O casal se alegrou.
A família aumentou
Depois que a mãe NOEMI
Antes de partir pra o céu
Pra seu filho foi pedir
Te peço EMANUEL
Pra cuidar de DANIEL
Foi a ti que escolhi.
Todos puderam seguir
O labor na vocação
No coração da família
Está cravado artesão
As peças tentam falar
Que está no DNA
Gene é determinação.
A família em ação
Seu dia-a-dia é fazer
Os belos artesanatos
Pra o turista escolher
São muitos os trabalhadores
Em casa nos bastidores
Só quem vai lá pode ver.
Quem foi lá pra conhecer
Ficou muito satisfeito
Viu artesãos dando à luz
Em cada boneco feito
Contou me Jorge Quintino
À família Vitalino
Tem todo o meu respeito.
Eu que do barro fui feito
Deus quis assim me moldar
Depois descobri as manhas
De com o barro lidar
E dessa forma meu Deus
Esse talento me deu
Com garra vou trabalhar.
Eu tive que ir buscar
Pertinho do rio achei
Eu cavei, botei no carro
De mão e logo levei
Meu pensamento é asa
Trouxe o barro pra casa
No quintal eu peneirei.
Depois molhei, amassei
Beneficiei o barro
Tirei um pouquinho dele
Fiz boneco, boi e carro
Deus me olhando de cima
Me viu qual matéria prima
Sou moldado feito um jarro.
Sou artesão e me amarro
Me agarro na profissão
Cada boneco que faço
É pra mim uma extensão
Pra perfeição falta o ar
Aprouve Deus limitar
Meu poder de criação.
Grato por sua atenção
Sou artesão de carteira
Prazer sou Emanuel
Do barro eu tiro a feira
Eu nasci com o dom divino
Sou neto de Vitalino
Eu sigo sua carreira.
Eu sou a própria bandeira
Ícone do artesanato
Quem conhece minha história
Concorda que isto é fato
A família Vitalino
De Deus tem esse destino
É genético é inato
Tudo que sei eu relato
Sou neto de Vitalino
Meu retrato pode vê
Aos sete anos, menino
Vendo meu pai trabalhando
E do meu avô falando
Sou filho de Severino.
Nasci em solo agrestino
Já brinquei de carrossel
Já fiz muita traquinagem
Hoje cumpro meu papel
Na vida já tomei tino
Assumi o meu destino
Selado neste cordel.
Eu me chamo EMANUEL
Trabalho com alegria
Minha família é grande
Eu faço apologia
Seu dia-a-dia é labor
Cada um tem seu valor
Deus tem sido nosso guia.
Se existir dinastia
No barro há um reinado
É lá no Alto do Moura
Que o reino está instalado
Todos sabem quem é Rei
Na CASA MUSEU eu sei
E quem tem nos visitado.
O turista tem comprado
Tantas peças importantes
Desde o boi de Vitalino
Família de retirantes
E até namoradeira
Trio cantando e feira
E temas predominantes.
E nesta luta constante
Relembro aqui o labor
Vi Severino fazendo
De barro “o caçador
De gato maracajá”
Na cena estava lá
Vi seu carinho e amor.
Vitalino é “Doutor
Honoris Causa” eu brado
De fato, não recebeu
Falta ser formalizado
Provoco Jorge Quintino
Pra tornar Seu Vitalino
“In memória” contemplado.
Um eterno aprendizado
O Alto do Moura diz
Cada discípulo mestre
É um eterno aprendiz
Na arte figurativa
Temos tanta gente ativa
Produtiva e feliz.
Se existe muitos “brasis”
Eu prefiro o dessa gente
Que na arte se revela
Criativa inteligente
É assim que eu defino
A família Vitalino
É deveras persistente.
Quantos turista oxente
Tem na mente visitar
Comprar uma lembrancinha
E para casa levar
Quantos já fizeram isso
Vindo pra cá pensam nisso
Vou levar pra ornamentar.
O cordel vai terminar
Dos versos sou peregrino
Eu sou Ivaldo Batista
Conheci Seu Severino
Sou amigo da família
Sou “fi” de Heleno e Emília
Tiete de Vitalino.
Este folheto eu assino
Contente e resoluto
Ao lado do artesão
Com muita garra eu luto
Escrever é meu destino
Pra família Vitalino
Este é o meu tributo.