Em 20 de março é comemorado o Dia Internacional da Felicidade. A data, celebrada desde 2013, foi instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas em junho de 2012. O objetivo dessa celebração é fazer com que as pessoas percebam a importância da felicidade em suas vidas. Mas, o que é e como se alcança a felicidade?
O problema do que vem a ser a felicidade intriga os seres humanos desde os tempos mais remotos. Filósofos e estudiosos de todos os períodos e segmentos definiram o caminho ideal na busca pela felicidade à sua maneira. Apesar das diferentes abordagens, no entanto, uma coisa é certa: o conceito de felicidade varia de acordo com as eras e os valores de cada sociedade.
Por exemplo, Platão, na Grécia Antiga, acreditava que a felicidade plena poderia ser alcançada por meio do aperfeiçoamento do intelecto, a realização do espírito através do amor pela “sophia” (do grego, saber). Já os teóricos medievais consideravam que para ser plenamente feliz o indivíduo devia abdicar da vida mundana e andar junto aos mandamentos religiosos, a fim de aperfeiçoar sua alma e encontrar a felicidade eterna, o céu.
Se na antiguidade a felicidade deveria ser alcançada através de algum equilíbrio de espírito, nos tempos modernos, a felicidade é dificilmente associada a um estado de espírito genuíno, mas algo que se alcança através de meios materiais. A felicidade na modernidade anda lado a lado com o consumismo. Esse ideal de realização, no entanto, é problemático, uma vez que, assim que a alegria por uma compra – muitas vezes não tão útil ou necessária assim – acaba, resta um vazio.
A psicóloga e docente na Wyden, Rayane Dantas, esclarece que a jornada em busca pela felicidade nos tempos modernos deve ir além do consumo. “A psicologia positiva, por exemplo, acredita que a felicidade não é um estado de espírito passageiro, por isso a felicidade duradoura é resultado do conjunto de práticas e do desenvolvimento de habilidades que devem ser cultivadas e aprimoradas ao longo da vida”, explica a docente.
A busca pela felicidade é uma jornada pessoal e complexa, mas embora não exista uma fórmula mágica para a autorrealização, a psicologia positiva propõe o modelo PERMA, que consiste em cinco elementos essenciais para a felicidade:
1) Emoção positiva: cultivar sentimentos positivos aumenta nossa sensação de bem-estar;
2) Engajamento: encontrar atividades que nos desafiam, fazer algo que realmente ama;
3) Relacionamentos positivos: investir em conexões significativas, cultivar relações saudáveis;
4) Propósito: encontrar significado nas nossas ações; e
5) Realização: por meio do estabelecimento de metas, poder experimentar senso de competência e autodomínio.
“Não existe uma fórmula única para felicidade, esse método apenas nos ajuda a construir uma base sólida para alcançar esse estado. Apesar disso, a psicologia positiva nos lembra de que somos capazes de influenciar no nosso próprio bem-estar e encontrar alegria e satisfação mesmo em circunstâncias desafiadoras”, finaliza Rayane.