O ano de 2024 tem se revelado como um momento de grande avanço nas políticas antirracistas na cidade de Caruaru. Em 22 de fevereiro tivemos aprovação unânime e criação da Medalha Lourdes de Oxum, propositura do professor, historiador e vereador Jorge Quintino, que, a partir da história da senhora Maria Lourdes de Brito, Mãe Lourdes, registrou “que as diferenças são o pisar de nossa nação e que a partir do respeito à estas é que podemos avançar no sentido da paz.
De acordo com ele a medalha busca dar visibilidade primeiro a existência de uma grande mulher, negra, Guerreira, e que fez de sua vida um ato de solidariedade e respeito a tantas diferenças. “E neste sentido já atrevo-me a sugerir que a primeira medalha seja destinada a ela, in memorian.”
Em seguida medalha essa será destinada a pessoas do município de Caruaru implicadas na perpetuação e manutenção das tradições e cultos de matriz africana, alinhando-se à lei 14.519/2023 que institui o dia 21 de março como Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé.
Agora, um novo passo é dado e entra em votação, mais uma propositura do vereador Jorge Quintino. Pois é, sensível à causa e às pautas, ele apresenta o requerimento de anteprojeto de lei para se tornar Projeto de lei que institui no âmbito da Administração Pública Municipal, o Registro do Patrimônio imaterial do Ofício do Sacerdote de cultura africana e afro-brasileira do município de Caruaru.
Diante disso, apresento os meus aplausos ao vereador pelo empenho e vontade política de propor e abraçar pautas que contribuem para a (re)construção da sociedade de maneira empática, solidária e amplamente inclusiva.
E antes que alguém levante a polêmica da suposta doutrinação religiosa já me adianto: não é isso que se pontua, mas sim a elaboração de políticas públicas que viabilizem um mundo mais acolhedor e menos preconceituoso.
Grande abraço e parabéns, Jorge Quintino
*Prof. Me. Adriano Ricardo Addams
Doutorando em Literatura – estudos africanos e afro-brasileiros pela UFPB