Uma cidade começa
assim:
com os seus inventos
de ser uma planta.
Uma cidade é a
parte do solo
que inicia
seus habitantes.
E aparece
uma cidade
com os seus nervos
em construção.
Ou talvez um animal articulado
continuando
o seu prolongamento.
(Lycio Neves)
Primeiro, os Cariris, depois os “outros” donos da terra: os Rodrigues de Sá.
Abrem caminho, fundam o sítio – depois fazenda; a capelinha; a Festa da Virgem; a Feira.
O gado passando ao largo, rumo ao litoral; mascates e tangerinos; um ajuntamento de casas e o arruado.
Do arruado, o Lugar. Um padre fixo; a Povoação; a Vila; a Câmara; uma Matriz e a Paróquia. A Cidade; a Comarca; o Município; a Prefeitura.
O telégrafo; o trem; a luz elétrica; a indústria.
Os evangélicos; o primeiro jornal; os maçons; uma igrejinha e um mirante para o Monte; a água encanada; a Biblioteca Pública.
Com o algodão, as primeiras fortunas; a modernização da cidade; a Associação
Comercial; os clubes sociais; o Caroá; primeiro hospital público; a Diocese; revistas e mais jornais; primeira rádio; o primeiro Centenário e o ensino universitário.
A cultura para além-fronteiras: as rendeiras do Cedro; a Feira grande, famosa; os bonequeiros; a música; a poesia;
O Carnaval; o São João; a Festa do Comércio.
A cidade moderna, polo têxtil, de ensino e de serviços.
Os nomes, os sobrenomes, tanta gente daqui e de fora, tantas mãos, construindo essa história tão singular.
Estamos todos de parabéns e vamos sobreviver, para ajudar a escrever os próximos capítulos.
*Walmiré Dimeron é historiador